FONTE: Informativo Fapesp-Pesquisa para Inovação
A Finamac™ fabricou mil máquinas para produção de sorvete em 2016. Desse total, 60% foram exportadas para os Estados Unidos. “Sorveterias de porte médio são os principais clientes norte-americanos”, afirma Marino Arpino, proprietário da empresa instalada no bairro do Ipiranga, na capital de São Paulo, que desde 2015 tem escritório em Miami.
Impulsionada pelos negócios externos – a empresa tem clientes em 60 países –, há 10 anos a Finamac™ cresce continuamente. Conta, atualmente, com 50 empregados, oito deles dedicados à Engenharia e Inovação, e 40 patentes. “Sempre tivemos uma área de P&D implementada com recursos próprios e, por isso, a inovação não tinha a mesma velocidade de hoje”, sublinha Marino.
O crescimento das exportações e as exigências de certificação dos países compradores exigiram que a Finamac™ acelerasse o desenvolvimento de novas tecnologias. “Para vender aos Estados Unidos, por exemplo, conseguimos aval da UL [Underwriters Laboratories] e da NSF [National Sanitation Foundation] para o primeiro produto. Lá a certificação é diferente de estado para estado e nem todos a exigem”, ele sublinha.
Para alinhar a empresa às demandas do mercado externo, além do apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), Marino contou com recursos de três projetos aprovados no âmbito do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) da FAPESP.
No primeiro projeto, iniciado em 2013, a empresa obteve recursos para desenvolver uma máquina que atendesse aos três grandes grupos do mercado de sorvetes: o artesanal, o industrial e o de sorvetes expressos.
Em 2016, foi apoiada em outros dois projetos de desenvolvimento de equipamentos: uma máquina multifuncional para fabricação de picolés e outra para decoração de sorvetes. Os dois projetos estão em curso.
“Embora o produto final seja o mesmo – o sorvete –, cada mercado demanda um equipamento diferente em função da escala de produção e forma construtiva. Se a produção for pequena ou artesanal, a incorporação de ar à massa do sorvete deve ser baixa; se a escala for industrial, a quantidade de ar é mais alta”, resume Wolnei Garrido, pesquisador responsável por um dos projetos PIPE. “Produzimos equipamentos modulados para os diversos tipos de sorvete.”
Além de obedecer requisitos técnicos e sanitários, a máquina deve acompanhar a tendência do mercado atual e ficar instalada na frente da sorveteria, de forma a ser vista pelo consumidor final. “Sorvete é um produto de venda por impulso, que chama pelo coração e pelo paladar”, explica Marino. Não basta, em sua avaliação, expor o sorvete num freezer, principalmente aqueles que são embalados. É preciso fazer com que o cliente prefira o sorvete a um chocolate.
De foguetes a sorvete
A Finamac™ foi fundada em 1985, dois anos depois de Marino ter concluído o curso de Engenharia no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos.
Filho de imigrante italiano, sorveteiro no interior do estado, Marino trabalhou oito anos numa indústria aeroespacial, antes de descobrir que “a mesma tecnologia de fabricação de tubos para foguetes poderia ser utilizada para obter cilindros de alta tecnologia dentro dos quais o sorvete seria batido e congelado com eficiência incomparável”.
O empreendedorismo – e as raízes – falaram alto e Marino montou as primeiras máquinas de sorvete em seu próprio apartamento, em São José dos Campos. O primeiro endereço da Finamac™ foi o quintal da casa de seu pai.
“Investi tudo o que tinha. Começamos com um empregado e chegamos a 70 colaboradores em cinco anos. “Com o passar do tempo, a fabricação de peças foi terceirizada e a empresa focou em pesquisas e projetos inovadores e na integração de equipamentos.”
Hoje a empresa utiliza tecnologia 3D digital para conceber e desenvolver seus produtos. “Softwares avançados para design, construção mecânica, simulação e fabricação são utilizados constantemente na empresa, em parceria com escolas e institutos de pesquisas nacionais e internacionais”, afirma Marino.
Matério publicada originalmente na CIESP Campinas.